Castelo e fortaleza de Campo Maior

Visita Livre

Castelo

De enorme importância geoestratégica na raia alentejana.
Implantado no topo do outeiro de Santa Vitória, as vistas alargam-se para Badajoz e Elvas.
A fortificação primitiva, castelhana, foi reformulada e ampliada por D. Dinis, em 1310, depois da assinatura do tratado de Alcañices (1297) ter integrado Campo Maior nos domínios territoriais portugueses.
O castelo sofreu várias intervenções, causadas não só pelas necessidades militares mas também pelo rápido crescimento populacional, causa maior que motivou D. joão II, no fim do séc. XV, a construir uma nova cintura de muralhas, terminada por D. Manuel I.
Fortificação muralhada trapezoidal com adarve que possibilita o acesso a duas torres, de um total original de 6. Tanto as torres como as muralhas possuem ameias de tipo tronco-piramidal, arredondadas no topo. As torres foram erguidas com sala abobadada ao nível do adarve. A torre norte, de 3 andares, incorpora na sua fachada n uma exuberante janela manuelina. A torre de menagem foi destruída na explosão do paiol, em 1732. A cerca muralhada prolonga-se para S, pela vila velha, formando uma espécie de meia-elipse onde ainda se observam 6 torreões de planta rectangular e 1 de planta octogonal. no recinto do castelo, no lado Se, destaque para a Capela do Senhor dos Aflitos construída no séc. XVIII.

Fortaleza

No séc. XVII, a Guerra da Restauração impulsionou nova refor- ma, agora sob ordem de D. joão IV, que comandou em 1641 a construção da fortaleza abaluartada, sob traço de joão Cosmander e mais tarde de nicolau de langres.
os trabalhos terminaram no reinado de D. Pedro II, já pela mão do eng.º Mateus do Couto. Poucos anos depois da praça resistir vitoriosamente ao ataque espanhol, liderado pelo Marquês de Bay, a catástrofe abate-se sobre o castelo.
Em 1732, o paiol instalado na torre de menagem é atingido por 

um raio que causa a sua explosão e origina um incêndio que

deflagra por grande parte da vila. A reconstrução (1732-1735) das ruínas medievais é ordenada por D. joão V, sendo Manuel de Azevedo Fortes responsável pela traça da nova fortaleza.

o traçado da fortificação abaluartada do séc. XVII forma uma planta poligonal de 10 faces, da qual alguns troços da cortina foram destruídos. Ao todo, o complexo é constituído por 4 baluartes, 6 meios baluartes e 4 revelins a proteger as cortinas.
A Porta da Vila (ou de Santa Maria) possui uma lápide datada de 1646.

Fosso aquático

O conjunto do castelo e fortaleza de Campo Maior constitui, depois da Cidade Quartel de Elvas, a mais importante estrutura militar do Alto Alentejo. No séc. XVII, a construção de um fosso inundável constituiu uma característica ímpar a nível nacional.

Ficam para a História

Jerónimo Manroyo, Alcaide-mor do Castelo de Campo Maior - na sequência da morte de D. Sebastião e depois do cardeal-rei D. Henrique - negou-se a entregar as chaves do castelo aos ocupantes castelhanos, tendo sido preso.

Durante a Guerra da Sucessão, o Castelo de Campo Maior foi sitiado (1712) por um exército espanhol constituído por 10.000 infantes e 8.000 cavaleiros, sob o comando do general Bay, sendo governador da praça o Brigadeiro Estêvão da Gama Moura e Azevedo. Depois de ter despejado sobre o castelo mais de 15.000 bombardas, o exérci- to espanhol foi obrigado a retirar, ao fim de 36 dias de cerco, deixando no campo cerca de 5.000 cadáveres. Na vitória colaborou também o heróico comandante da guarnição, Luís da Câmara, conde da Ribeira Grande.

Em 1811 as tropas napoleónicas sitiaram a fortaleza, então comandada pelo Major José Joaquim Talaia.

A escassa guarnição bateu-se durante 13 dias, mas a praça foi ocupada. Trágica ironia porque, apenas 4 dias depois a praça era recuperada pelo exército anglo-luso de Beres- ford. A vila recebeu o título de Leal e Valorosa, o Major Talaia foi promovido a Coronel e Beresford declarado Marquês de Campo Maior.